Setembro aproximava-se.
Mafalda continuava a encontrar-se com o seu grupo de férias. Francisco tinha
começado a aproximar-se dela, mas era como no início. Ele estava sempre à
vontade com toda a gente, quer conhecesse muito bem ou não, e era assim que ele
era com ela também. No entanto, ela tinha ultrapassado o facto de ele não
gostar dela. O importante era que ele estava feliz e vivo.
Naquele dia,
Bernardo estava sempre ao pé dela, tentava captar a atenção dela. No entanto,
Mafalda não estava interessada. Podia ter ultrapassado a ideia de Francisco não
se lembrar dela, mas gostava de falar com ele sobre isso. Não o queria
pressionar, porém queria saber até que parte da sua vida se lembrava.
No final do
dia, Mafalda reparou que Francisco estava sozinho e parecia estar à espera de
alguma coisa. Olhou para Francisca, que assentiu e lhe deu a segurança que ela
precisava para ir em frente. Voltou para trás e caminhou confiante na direção
dele, até que alguém lhe segurou no braço. Voltou-se. Bernardo!
- Não vás. Ele
está à espera de alguém.
- Eu quero ir
falar com ele, larga-me.
Bernardo
puxou-a para si e envolveu-a com os seus braços.
- Eu sei que
te custa ele não se lembrar de ti mas tens de seguir a tua vida. Já reparaste
que és a única pessoa com quem ele quase não fala. – fez uma pausa e limpou a
lágrima que escorria pela cara de Mafalda. – Ele só se lembra da vida dele até há
três anos atrás, e tu não fazes parte dela.
- Para de
dizer essas coisas.
- Mafalda, tu
tens de saber isto. Ele está com a rapariga que deixou há três anos atrás.
- Não
acredito.
- Olha.
Mafalda
virou-se para trás e viu. Francisco estava sentado com uma rapariga e
abraçava-a de uma maneira carinhosa, mas não da maneira que ele a abraçava. Ele
não a beijava nem olhava para ela da mesma maneira que fazia com ela. Ele não
ria nem sorria da mesma maneira que fazia quando estava com ela. Ele gostava
daquela rapariga, mas não a amava. Mafalda virou-se novamente para Bernardo e
falou, já com as lágrimas secas:
- Ele pode nem
ter reparado em mim agora, pode até achar que não sou o género dele ou que não
me conhece o suficiente mas ele não a ama. O que ele sentiu por mim antes do
acidente é mais forte do que qualquer outra coisa e eu vou ensiná-lo da mesma
maneira que ele me ensinou a mim a amar-me. Eu vou conquistá-lo, porque ele
precisa de mim. E nem sequer penses em deter-me, eu continuo a ser dele. –
Mafalda começou a caminhar, não se desviando e batendo-lhe com o ombro para o
tirar do caminho. Estava certa de tudo aquilo que tinha dito. Ia conquistá-lo!
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