quarta-feira, 21 de agosto de 2013

parte IX

Setembro aproximava-se. Mafalda continuava a encontrar-se com o seu grupo de férias. Francisco tinha começado a aproximar-se dela, mas era como no início. Ele estava sempre à vontade com toda a gente, quer conhecesse muito bem ou não, e era assim que ele era com ela também. No entanto, ela tinha ultrapassado o facto de ele não gostar dela. O importante era que ele estava feliz e vivo.
Naquele dia, Bernardo estava sempre ao pé dela, tentava captar a atenção dela. No entanto, Mafalda não estava interessada. Podia ter ultrapassado a ideia de Francisco não se lembrar dela, mas gostava de falar com ele sobre isso. Não o queria pressionar, porém queria saber até que parte da sua vida se lembrava.
No final do dia, Mafalda reparou que Francisco estava sozinho e parecia estar à espera de alguma coisa. Olhou para Francisca, que assentiu e lhe deu a segurança que ela precisava para ir em frente. Voltou para trás e caminhou confiante na direção dele, até que alguém lhe segurou no braço. Voltou-se. Bernardo!
- Não vás. Ele está à espera de alguém.
- Eu quero ir falar com ele, larga-me.
Bernardo puxou-a para si e envolveu-a com os seus braços.
- Eu sei que te custa ele não se lembrar de ti mas tens de seguir a tua vida. Já reparaste que és a única pessoa com quem ele quase não fala. – fez uma pausa e limpou a lágrima que escorria pela cara de Mafalda. – Ele só se lembra da vida dele até há três anos atrás, e tu não fazes parte dela.
- Para de dizer essas coisas.
- Mafalda, tu tens de saber isto. Ele está com a rapariga que deixou há três anos atrás.
- Não acredito.
- Olha.
Mafalda virou-se para trás e viu. Francisco estava sentado com uma rapariga e abraçava-a de uma maneira carinhosa, mas não da maneira que ele a abraçava. Ele não a beijava nem olhava para ela da mesma maneira que fazia com ela. Ele não ria nem sorria da mesma maneira que fazia quando estava com ela. Ele gostava daquela rapariga, mas não a amava. Mafalda virou-se novamente para Bernardo e falou, já com as lágrimas secas:

- Ele pode nem ter reparado em mim agora, pode até achar que não sou o género dele ou que não me conhece o suficiente mas ele não a ama. O que ele sentiu por mim antes do acidente é mais forte do que qualquer outra coisa e eu vou ensiná-lo da mesma maneira que ele me ensinou a mim a amar-me. Eu vou conquistá-lo, porque ele precisa de mim. E nem sequer penses em deter-me, eu continuo a ser dele. – Mafalda começou a caminhar, não se desviando e batendo-lhe com o ombro para o tirar do caminho. Estava certa de tudo aquilo que tinha dito. Ia conquistá-lo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário