sexta-feira, 12 de julho de 2013

parte IV

Ele deixou-a ao pé de casa e ajudou-a a subir o muro. A luz do quarto estava acesa, Francisca já devia ter chegado do jantar. Pousou as coisas e deitou-se na relva.
Fogo-de-artifício. Sim, tinha voltado a sentir isso. Tinha voltado a sentir exatamente o mesmo depois de tanto tempo. Tinha sentido o mesmo que tinha sentido da primeira vez que se beijaram. A verdade era que tudo tinha sabido a novo. Bernardo tinha esse efeito nela. Tudo era uma novidade, mesmo que não fosse a primeira vez que o fizessem. Apesar de tudo o que tinha acontecido entre eles, e apesar do tempo que tinham passado afastados, sabia que eles tinham sido feitos um para o outro e por isso encontravam maneira de acabar juntos, independentemente do que tivesse acontecido entre eles.
Subiu as escadas lentamente para não fazer muito barulho e, quando ia a abrir a porta do quarto, esta abriu-se primeiro.
- Onde é que andaste metida? – Francisca estava com um ar preocupado, mas depois de ver que a amiga estava bem, adotou um ar mais curioso.
- Apeteceu-me ir passear pela praia.
- Sozinha?

- Sim. – Não lhe queria contar o sucedido. Afinal de contas, Bernardo namorava e ela tinha medo que se espalhasse. E por isso tinha decidido também que não lhe ia mandar mensagem nem se ia precipitar. Se ele quisesse, ela lá estaria, mas tinha de fazer tudo por ela. Não ia cometer os mesmos erros da vez anterior, por isso ia esperar por ele o tempo que fosse preciso. 

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