Ele deixou-a
ao pé de casa e ajudou-a a subir o muro. A luz do quarto estava acesa,
Francisca já devia ter chegado do jantar. Pousou as coisas e deitou-se na
relva.
Fogo-de-artifício.
Sim, tinha voltado a sentir isso. Tinha voltado a sentir exatamente o mesmo
depois de tanto tempo. Tinha sentido o mesmo que tinha sentido da primeira vez
que se beijaram. A verdade era que tudo tinha sabido a novo. Bernardo tinha
esse efeito nela. Tudo era uma novidade, mesmo que não fosse a primeira vez que
o fizessem. Apesar de tudo o que tinha acontecido entre eles, e apesar do tempo
que tinham passado afastados, sabia que eles tinham sido feitos um para o outro
e por isso encontravam maneira de acabar juntos, independentemente do que
tivesse acontecido entre eles.
Subiu as
escadas lentamente para não fazer muito barulho e, quando ia a abrir a porta do
quarto, esta abriu-se primeiro.
- Onde é que
andaste metida? – Francisca estava com um ar preocupado, mas depois de ver que
a amiga estava bem, adotou um ar mais curioso.
- Apeteceu-me
ir passear pela praia.
- Sozinha?
- Sim. – Não
lhe queria contar o sucedido. Afinal de contas, Bernardo namorava e ela tinha
medo que se espalhasse. E por isso tinha decidido também que não lhe ia mandar
mensagem nem se ia precipitar. Se ele quisesse, ela lá estaria, mas tinha de
fazer tudo por ela. Não ia cometer os mesmos erros da vez anterior, por isso ia
esperar por ele o tempo que fosse preciso.
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