sábado, 5 de outubro de 2013

parte XI

Um ano se passou e a ligação que Mafalda e Francisco tinham, perdeu-se por completo.
Durante esse ano, muita coisa se tinha passado. Mafalda tinha-se iludido novamente. Ela e Bernardo tinham voltado, mas a relação não resultou. Acabaram três meses depois de terem começado a namorar. Francisco tinha ido para a faculdade nesse ano. Tinha-se sentido tentado a reaproximar-se de Mafalda. No entanto, não o fez por saber da relação dela com Bernardo e, acima de tudo, queria respeitar as suas decisões. E, sem darem conta, era verão outra vez.
                Julho de 2013. Mafalda e Francisca iam para a faculdade nesse ano e tinham escolhido Lisboa como destino. Mafalda ia frequentar o curso de fisioterapia no Instituto Politécnico e Francisca ia estudar ciências da comunicação. Mas isso seria em Setembro e ainda não sabiam se seriam admitidas nas respetivas faculdades. O Verão já tinha começado, os exames já estavam feitos e ambas iam passar as férias em casa de Francisca, como no verão passado. As duas estavam solteiras, mas Francisca já andava de olho num surfista de Matosinhos. Chamava-se Miguel e parecia interessado em Francisca também. Mafalda apoiava a nova “quase-relação” da amiga e esperava encontrar, também, uma boa paixão de verão. E para começar bem, Mafalda e Francisca foram a uma festa na praia com os amigos de Miguel.
Eram 4 da tarde quando as amigas chegaram à praia. Miguel e os amigos estavam todos juntos perto das redes de voleibol. E foi quando Mafalda o viu. Aquele rapaz com um metro e oitenta, moreno, bonito, alegre, a jogar voleibol. Reconheceu a garra dele mal o viu jogar. Deixou cair as coisas no chão e caminhou para junto do campo e sentou-se no fundo do campo, à espera do fim do jogo.
No final, Francisco reparou nela e notou-se um certo desconforto. Mafalda reparou que era nervosismo, então caminhou para ele com alguma confiança, na tentativa de o tentar acalmar. Quando estava a aproximar-se para o cumprimentar, Francisco deu-lhe um abraço desajeitado mas que valeu pelo mundo.
Estiveram o resto da tarde juntos, a falarem sobre último ano. Mafalda contou-lhe sobre a relação falhada e sobre os planos que tinha para o futuro, da faculdade em Lisboa e do T1 que queria alugar com Francisca no centro da cidade de Lisboa. Francisco falou-lhe da faculdade e do tempo que tinha passado a tentar lembrar-se dos últimos três anos. Disse-lhe que tinha sido uma tentativa falhada e que por fim, tinha desistido da ideia de se lembrar do passado e agora o seu principal objetivo de vida era aproveitar o presente. Contou-lhe também que tinha um pequeno apartamento no Porto, perto dos Aliados e que gostava de viver sozinho lá. Tinha aprendido a cozinhar.
- Acredita, faço grandes jantares para mim.   
- Não acredito, Chico. – Mafalda sorria. Tinha tido saudades dele, nunca o tinha chegado a esquecer e tinha pensado imensas vezes nele.
- Então um dia destes vais jantar a minha casa.
- E não pode ser já hoje? – fez uma pequena pausa. Não queria parecer precipitada. – É que agora estou curiosa.
- Se não tiveres planos, ok. Eu hoje ia fazer bifes de peru com puré. Gostas? – Francisco parecia animado com a ideia.
- Então espera aqui por mim. Vou avisar o pessoal que vou jantar contigo e que não fico para a festa. Volto já.
Mafalda correu para o grupo onde estava Francisca. Quando chegou, a amiga sorriu-lhe e ela corou. Pegou nas coisas e disse que ia jantar com Francisco.
- Depois tens coisas para me contar. – gritou Francisca, quando Mafalda abandonou o grupo.
- E tu também. – Mafalda olhou para a amiga abraçada a Miguel. O verão corre sempre bem, pensou. Quando chegou ao pé de Francisco, sorriu. – Vamos?
Ele acenou e começou a caminhar. Dirigiram-se ao carro e foram para o apartamento de Francisco. Não era muito grande mas era confortável e estava bem decorado. A cozinha branca e arrumada contrastava com o quarto azul um pouco desarrumado. Mafalda deitou-se no sofá enquanto Francisco tirava os ingredientes dos armários e os dispunha no balcão para começar a cozinhar. Ela levantou-se e decidiu começar a fazer uma sobremesa. Foi a dispensa e viu que ele tinha algumas latas de leite condensado. Cozeu-o e começou a fazer baba de camelo. No final da sobremesa, Mafalda começou a levantar a mesa. Francisco levantou-se também e parou-a.

- Não vais arrumar nada. – começou a aproximar-se da boca de Mafalda. – Não agora… - e beijou-a com uma intensidade tremenda. Sentou-a em cima da mesa e tirou-lhe a camisola, sempre sem a beijar. Mafalda sentiu calor, mas não tinha medo. Ela queria-o tanto quanto ele a queria. Voltou a pegá-la ao colo e levou-a para o quarto. Deitou-a na cama e continuou a despi-la, até que parou. – Queres? – falou com a voz abafada pelo respirar ofegante. Ela apenas assentiu e continuou a beijá-lo. Deixou-se levar. Ambos o fizeram. E foi a melhor noite da vida deles até àquele momento. 

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