Um ano se
passou e a ligação que Mafalda e Francisco tinham, perdeu-se por completo.
Durante esse
ano, muita coisa se tinha passado. Mafalda tinha-se iludido novamente. Ela e
Bernardo tinham voltado, mas a relação não resultou. Acabaram três meses depois
de terem começado a namorar. Francisco tinha ido para a faculdade nesse ano.
Tinha-se sentido tentado a reaproximar-se de Mafalda. No entanto, não o fez por
saber da relação dela com Bernardo e, acima de tudo, queria respeitar as suas decisões.
E, sem darem conta, era verão outra vez.
Julho
de 2013. Mafalda e Francisca iam para a faculdade nesse ano e tinham escolhido
Lisboa como destino. Mafalda ia frequentar o curso de fisioterapia no Instituto
Politécnico e Francisca ia estudar ciências da comunicação. Mas isso seria em
Setembro e ainda não sabiam se seriam admitidas nas respetivas faculdades. O
Verão já tinha começado, os exames já estavam feitos e ambas iam passar as
férias em casa de Francisca, como no verão passado. As duas estavam solteiras,
mas Francisca já andava de olho num surfista de Matosinhos. Chamava-se Miguel e
parecia interessado em Francisca também. Mafalda apoiava a nova “quase-relação”
da amiga e esperava encontrar, também, uma boa paixão de verão. E para começar
bem, Mafalda e Francisca foram a uma festa na praia com os amigos de Miguel.
Eram 4 da
tarde quando as amigas chegaram à praia. Miguel e os amigos estavam todos
juntos perto das redes de voleibol. E foi quando Mafalda o viu. Aquele rapaz
com um metro e oitenta, moreno, bonito, alegre, a jogar voleibol. Reconheceu a
garra dele mal o viu jogar. Deixou cair as coisas no chão e caminhou para junto
do campo e sentou-se no fundo do campo, à espera do fim do jogo.
No final,
Francisco reparou nela e notou-se um certo desconforto. Mafalda reparou que era
nervosismo, então caminhou para ele com alguma confiança, na tentativa de o
tentar acalmar. Quando estava a aproximar-se para o cumprimentar, Francisco
deu-lhe um abraço desajeitado mas que valeu pelo mundo.
Estiveram o
resto da tarde juntos, a falarem sobre último ano. Mafalda contou-lhe sobre a
relação falhada e sobre os planos que tinha para o futuro, da faculdade em
Lisboa e do T1 que queria alugar com Francisca no centro da cidade de Lisboa.
Francisco falou-lhe da faculdade e do tempo que tinha passado a tentar
lembrar-se dos últimos três anos. Disse-lhe que tinha sido uma tentativa
falhada e que por fim, tinha desistido da ideia de se lembrar do passado e
agora o seu principal objetivo de vida era aproveitar o presente. Contou-lhe
também que tinha um pequeno apartamento no Porto, perto dos Aliados e que
gostava de viver sozinho lá. Tinha aprendido a cozinhar.
- Acredita,
faço grandes jantares para mim.
- Não
acredito, Chico. – Mafalda sorria. Tinha tido saudades dele, nunca o tinha
chegado a esquecer e tinha pensado imensas vezes nele.
- Então um
dia destes vais jantar a minha casa.
- E não pode
ser já hoje? – fez uma pequena pausa. Não queria parecer precipitada. – É que
agora estou curiosa.
- Se não
tiveres planos, ok. Eu hoje ia fazer bifes de peru com puré. Gostas? –
Francisco parecia animado com a ideia.
- Então
espera aqui por mim. Vou avisar o pessoal que vou jantar contigo e que não fico
para a festa. Volto já.
Mafalda
correu para o grupo onde estava Francisca. Quando chegou, a amiga sorriu-lhe e
ela corou. Pegou nas coisas e disse que ia jantar com Francisco.
- Depois tens
coisas para me contar. – gritou Francisca, quando Mafalda abandonou o grupo.
- E tu
também. – Mafalda olhou para a amiga abraçada a Miguel. O verão corre sempre
bem, pensou. Quando chegou ao pé de Francisco, sorriu. – Vamos?
Ele acenou e
começou a caminhar. Dirigiram-se ao carro e foram para o apartamento de
Francisco. Não era muito grande mas era confortável e estava bem decorado. A
cozinha branca e arrumada contrastava com o quarto azul um pouco desarrumado.
Mafalda deitou-se no sofá enquanto Francisco tirava os ingredientes dos
armários e os dispunha no balcão para começar a cozinhar. Ela levantou-se e
decidiu começar a fazer uma sobremesa. Foi a dispensa e viu que ele tinha
algumas latas de leite condensado. Cozeu-o e começou a fazer baba de camelo. No
final da sobremesa, Mafalda começou a levantar a mesa. Francisco levantou-se
também e parou-a.
- Não vais
arrumar nada. – começou a aproximar-se da boca de Mafalda. – Não agora… - e
beijou-a com uma intensidade tremenda. Sentou-a em cima da mesa e tirou-lhe a
camisola, sempre sem a beijar. Mafalda sentiu calor, mas não tinha medo. Ela
queria-o tanto quanto ele a queria. Voltou a pegá-la ao colo e levou-a para o
quarto. Deitou-a na cama e continuou a despi-la, até que parou. – Queres? –
falou com a voz abafada pelo respirar ofegante. Ela apenas assentiu e continuou
a beijá-lo. Deixou-se levar. Ambos o fizeram. E foi a melhor noite da vida
deles até àquele momento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário